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24.12.06

FELIZ NATAL!!!

Estilo de Vida

COMUNIDADE VIRTUAL

Second Life (www.secondlife.com) - comunidade virtual 3D construída pelos seus residentes.
O internauta entra no site, faz o download de um software e cria seu avatar - um personagem parecido com um boneco, controlável pelo mouse e teclado - que vai representá-lo no mundo digital.


COMO VIRAR UM RESIDENTE DE SECOND LIFE

O primeiro passo é fazer o download do programa (para Windows tem 25 MB) no endereço
http://secondlife.com/community/downloads.php. Quando o programa for instalado ele vai pedir que os usuários preencham alguns dados pessoais como data de nascimento e o país onde mora, além de escolher um “nome de guerra” e um complemento que o próprio programa oferece.
Uma vez finalizada a inscrição é só rodar o programa e entrar no jogo. Para rodá-lo é preciso ter obrigatoriamente uma conexão de internet banda larga e um computador com 512 MB de memória RAM e no mínimo um processador de 1GHz.

NOVAS ENCICLOPÉDIAS VIRTUAIS

O sucesso da enciclopédia virtual Wikipedia, que permite a qualquer internauta introduzir ou modificar artigos, está ameaçado pela aparição de novas iniciativas como a Citizendium e a Scholarpedia, que pretendem oferecer informação com mais confiabilidade e seriedade.

18.12.06

Siga Brasil

Um grupo de servidores do Senado Federal desenvolveu um sistema chamado Siga Brasil, que possibilita a qualquer pessoa acessar à internet e saber por onde anda o dinheiro que os contribuintes põem nos cofres do governo.

As informações são liberadas para todos. Para dados mais aprofundados, basta fazer cadastro prévio. O serviço está à disposição no site
www.senado.gov.br/siga.

Livro virtual

O site Mojo Books (www.mojobooks.com.br), da revista Speculum, tem livros de graça para baixar.

10.12.06

Curiosidades


SUCURI

A sucuri tem um corpo verde-escuro, com manchas ovais pretas. Olhos e narinas estão no alto da cabeça, para que possa ver e respirar enquanto nada. O comprimento médio é de cinco metros; a da foto tem cerca de seis metros. A maior sucuri cujo comprimento foi comprovado sem dar margem a dúvidas (por uma pele no Museu de Londres) tinha 8,80 m, mas o Marechal Cândido Rondon afirmou ter medido uma sucuri de 11,60 m.
Suas presas habituais incluem peixes, sapos, tartarugas, lagartos, serpentes, jacarés, aves, cutias, pacas, capivaras, queixadas, caititus, antas, veados e macacos. Ocasionalmente invade fazendas e até cidades para predar galinhas e outros animais domésticos. As maiores são capazes de engolir um bezerro (mas não um boi adulto). Como regra geral, uma sucuri ataca qualquer animal que tenha peso igual ou menor que o seu próprio. Isso inclui seres humanos, se a pessoa estiver dentro ou próximo ao ambiente aquático (rio ou lagoa) e houver uma sucuri de grande tamanho que esteja sem se alimentar.
Também podem morder instintivamente, por defesa, qualquer pessoa que se aproxime, quando não podem fugir nadando. A mordida não é venenosa, mas pode deixar dentes presos na carne e causar infecção. Como a maioria das serpentes, possui alguma percepção do infravermelho, que permite perceber a presença de objetos quentes no escuro ou através de folhas.
A sucuri é uma caçadora noturna e solitária e passa a maior parte do seu tempo na água, onde atinge velocidades bem maiores que em terra. Submersa, aguarda a presa pacientemente, mantendo apenas o focinho acima da superfície. Quando um animal passa por perto ou se detêm para beber, ela o agarra com uma mordida e se enrola em torno de seu corpo, apertando-o até que sufoque ou se afogue. Em terra, pode esperar pendurada em árvores, agarrar a presa de cima e enrolar-se em torno dela. A vítima dificilmente é esmagada: a sucuri apenas a comprime com força suficiente para impedi-la de respirar. As maiores podem matar um cavalo. Como a digestão é muito lenta, depois de uma refeição a sucuri passa muito tempo simplesmente descansando ao sol. Se necessário, pode sobreviver mais de um ano sem se alimentar.
A fêmea libera um feromônio que atrai os machos e copula com cinco a doze deles. Durante o ato, os animais permanecem enrolados numa enorme bola de serpentes. As sucuris são ovovivíparas, ou seja, chocam os ovos dentro do próprio corpo. Após um período de seis meses a sucuri dá à luz de 20 a 40 filhotes que nascem com cerca de 70-80cm e totalmente auto-suficientes. Atingem a maturidade em seis anos e podem viver (e crescer) até os 30 anos, mas a maioria provavelmente não vive além dos 10.
Em termos de jogo, o ataque de uma sucuri começa por uma Mordida para agarrar a vítima, seguida pelo enroscamento. Se em seguida a sucuri perder uma disputa de Forças com a vítima, esta se liberta. Se empatar, a luta continua. Se vencer a disputa por uma margem de um grau, esta pára de respirar, mas pode fazer novas tentativas a cada segundo enquanto não perder a consciência. Se a sucuri vencer por dez graus ou mais, quebrará os ossos da vítima, provocando dano de +2 a cada segundo. Se a vítima morrer – normalmente por sufocação –, a sucuri o engolirá inteiro.
Uma pessoa que perca todas as disputa de Forças normalmente perderá a consciência em trinta segundos (sessenta se não tentar lutar), tempo que pode ser aumentado em função de sua Saúde e sua Habilidade Respirar, se a tiver. Morrerá em mais quatro minutos (prolongáveis apenas em função da Saúde), mas se for libertada a tempo, recuperará rapidamente a consciência.
Se a pessoa não consegue libertar-se, seus companheiros podem ajudar. Um adulto normalmente consegue libertar-se de uma sucuri (ou cobra semelhante) de até quatro metros de comprimento. Dois adultos conseguem sobrepujar uma sucuri de cinco ou seis metros. São precisos três para dar conta de uma sucuri de sete metros, quatro para uma de oito ou nove metros, cinco para uma de dez metros, seis para uma de onze metros e sete para uma de doze metros. Se a sucuri for morta, perder a consciência ou for seriamente ferida (dano de grau 2 ou superior), também libertará a vítima.


RESUMO

Nomes alternativos: sucuriju, sucurijuba, boiçu (português e tupi), anaconda (francês, espanhol, holandês e inglês), amaru (quéchua), water boa (inglês).
Comprimento: comprovadamente, até 9 metros, mas geralmente entre 4 e 6 metros.
Massa: até 250 kg, mas geralmente de 30 a 90 kg.
Hábitat: Lagos e rios caudalosos e tranqüilos da América do Sul tropical e cavernas e florestas tropicais perto de suas margens.
Combate: Morder; Sufocar.

Fórmula Truck



O paulista Renato Martins conquistou neste domingo (10 de dezembro) o bicampeonato de Fórmula Truck, em corrida disputada no autódromo Internacional de Brasília, em corrida vencida pelo piloto da casa, Geraldo Piquet.




Resultado da corrida

1º Geraldo Piquet
2º Roberval Andrade
3º Pedro Muffato
4º Beto Monteiro
5º Beto Napolitano
6º Renato Martins
7º Débora Rodrigues
9º José Cangueiro
10º José Maria Reis
11º Mad Macarrão
12º Diumar Bueno
13º João Maistro
14º Vignaldo Fizio
15º Luiz Carlos Zappelini
16º Urubatan Helou JR
17º José Maria Reis

26.11.06

Alerta!

Os componentes do cigarro:
Na fumaça do cigarro já se isolaram 4.720 substâncias tóxicas, as quais atuam sobre os mais diversos sistemas e órgãos; Contém mais de 60 cancerígenos, sendo as principais:
Nicotina - é a causadora do vício e cancerígena;

Benzopireno - substância que facilita a combustão existente no papel que envolve o fumo;
Nitrosaminas;
Substâncias Radioativas - polônio 210 e carbono 14;
Agrotóxicos - DDT;
Solventes - benzeno;
Metais Pesados - chumbo e o cádmio (um cigarro contém de 1 a 2 mg, concentrando-se no fígado, rins e pulmões, tendo meia-vida de 10 a 30 anos, o que leva a perda de capacidade ventilatória dos pulmões, além de causar dispnéia, enfisema, fibrose pulmonar, hipertensão, câncer nos pulmões, próstata, rins e estômago);
Níquel e Arsênico - armazenam-se no fígado e rins, coração, pulmões, ossos e dentes resultando em gangrena dos pés, causando danos ao miocárdio etc..;
Cianeto Hidrogenado;
Amônia - utilizado em limpadores de banheiro;
Formol - componente de fluído conservante;
Monóxido de Carbono - o mesmo gás que sai dos escapamentos de automóveis, e como tem mais afinidade com a hemoglobina do sangue do que o próprio oxigênio, toma o lugar do oxigênio, deixando o corpo do fumante, ativo ou passivo, totalmente intoxicado.

Novidades do GOOGLE

GOOGLE LANÇA OFICIALMENTE SEU “WORD” E “EXCEL”

O Google lançou oficialmente a versão final de suas ferramentas online de editor de textos e de planilhas. Batizado de “Google Docs & Spreadsheets”, os aplicativos reúnem - em uma plataforma bem mais leve - as principais funções dos seus principais concorrentes, o Word e o Excel, ambos desenvolvidos pela Microsoft. O “Google Docs” permite que seu usuário salve os documentos nos formatos OpenOffice, RTF, HTML ou text., crie rascunhos, use um editor de formatação, corretor ortográfico, entre outras funções. Além disso, é possível convidar outras pessoas – via e-mail – para visualizar e editar seus documentos no modo online e acessar os documentos originais em qualquer versão. Na hora de salvar, o usuário pode armazenar os arquivos em sua conta de Gmail, blogs ou sites, tendo-os sempre à mão em qualquer computador e fazer o download para o desktop nas extensões Word, OpenOffice, RTF, PDF, HTML ou zip. No caso do editor de planilhas (cujo teste do WNews você confere aqui), o usuário pode importar e exportar arquivos nos formatos .xls, .csv, e .ods., formatando seus dados e exportar algumas funcionalidades para .pdf e .html. O uso das tabelas é semelhante ao Excel, com navegação intuitiva e a presença de fórmulas que facilitam os cálculos. É possível ainda se comunicar em tempo real com outros usuários que estejam usando a mesma planilha. Cada uma suporta dez mil linhas, 256 colunas ou até 50 mil células. Na hora de salvar, o procedimento é o mesmo do Google Docs. Para acessar o “Google Docs & Spreadsheets”, é necessário utilizar os navegadores Firefox a partir da versão 1.0.5, o Internet Explorer a partir da edição 6.0, o IE5 para Mac ou o Opera. Safari e Netscape 4 não suportam o aplicativo. Inicialmente o programa estará disponível apenas em inglês, sendo lançado gradativamente para outras línguas.

Fonte: Wnews

21.11.06

Reciclando a história

Em fevereiro de 1933, assessores de Hitler sabiam e facilitaram a ação de um “comunista” para que cometesse o atentado incendiário que destruiu a sede do Reichtag, o parlamento alemão. Em setembro de 2001, assessores do presidente dos EUA George Bush, sabiam com meses de antecedência e nada fizeram para impedir, que “terroristas árabes” cometessem o atentado às Torres Gêmeas do World Trade Center em NY. O ponto comum é que ambos acontecimentos serviram de pretexto para que Hitler e Bush começassem guerras, invadissem países e violassem direitos humanos democráticos em nome de um bem comum. Antes era o medo do comunismo, hoje do terrorismo. Assim como Hitler, que fez o que todos já sabem, Bush forjou o combate ao terrorismo após o ataque de 11 de setembro, para invadir o Afeganistão e o Iraque.
A quem interessava esta guerra? O inexpressivo presidente Bush lutava para manter 51% de popularidade. Após o ataque às Torres Gêmeas em 2001 este índice pulou para 90%. Coincidentemente a indústria bélica, que teve expressiva valorização de suas ações com a invasão do Afeganistão e do Iraque, foi a grande financiadora da campanha eleitoral para reeleição de Bush.
Sem jamais terem pisado em solo norte americano, os jornalistas Marcelo Csettkey e Marcelo Gil reuniram informações publicadas sobre este assunto para apresentarem os motivos que, segundo eles, levaram ao ataque do World Trade Center em NY em 11 de setembro de 2001. Eles montaram um quebra cabeças a partir de recortes de revistas, jornais velhos e livros, brasileiros e estrangeiros, anteriores e posteriores ao ataque terrorista e para isso recorreram até a Cooperativa de Coleta Seletiva da Barra da Tijuca no Rio de Janeiro. Pesquisaram também todas as matérias publicadas sobe o assunto na internet (incluindo o site da Casa Branca) e também livros de história, de pensadores e até citações de presidentes dos EUA. Ambos se debruçaram e analisaram o material coletado por quatro anos até montarem o conteúdo do livro “CRIME DE ESTADO - A verdade sobre o 11 de setembro”, publicada pela Talagarça Editora. Nada neste livro foi inventado, tudo é comprovado com publicações.
O livro lança dúvidas e aponta contradições. Como que os Estados Unidos, uma das maiores potências econômicas e militares do mundo, com uma das mais avançadas tecnologias de defesa e vigilância por satélites e grande arsenal bélico, foi incapaz de deter este ataque? Como poderia a Al Qaeda de Osama Bin Laden, sem nenhuma ajuda interna americana, enviar 20 suicidas para serem treinados durante meses dentro do território americano sem serem impedidos? Os autores deste livro, reunindo todos estes fatos, mostram que os atentados de 11 de setembro foram uma surpresa para o povo americano, mas não para o governo Bush.
Havia indícios no começo de 2001 que alguma coisa grave estava para acontecer. O agente do FBI Kenneth Williams tomou conhecimento e enviou memorando sobre o grande número de estudantes árabes freqüentando escolas de aviação. O documento foi arquivado pelo FBI. Na Califórnia, Khalid Almidhar e Nawaf Alhasmi entraram legalmente nos EUA em janeiro de 2001, com nomes verdadeiros. Khalid e Nawaf estavam sendo monitorados pela policia da Malásia e foram fotografados, a pedido do FBI e da CIA, quando a Al Qaeda realizou um encontro em Kuala Lumpur . Khalid e Nawaf também freqüentaram escolas de pilotagem de avião, segundo relatórios do FBI. Khalid Almidhar já havia aparecido em foto obtida pela CIA juntamente com suspeitos do atentado com o navio USS Cole, atingido por uma bomba em outubro de 2000 no Iêmen. O mais forte aviso veio da escola de pilotagem Pan Am em Eagan, Minessota . A instituição solicitou que se investigasse o aluno Zacarias Moussaoui . Os instrutores suspeitaram após perceberem seu interesse em aprender somente a pilotar um jato em velocidade de cruzeiro, não se interessando em decolar e pousar. Preso por estar com seu visto de permanência vencido. Moussaoui , francês de origem marroquina, foi interrogado pela agente do FBI Coleen Rowley. Revelou à agente sua intenção de lançar um avião comercial contra o WTC. Constatou-se que Moussaoui já havia participado de vários atentados da Al Qaeda . Coleen enviou um relatório aos seus superiores em Washington, ao mesmo setor que havia arquivado o pedido do agente Kenneth, solicitando uma busca aos pertences de Moussaoui. Se a busca ao computador do terrorista tivesse sido feita lá seriam encontradas a tempo as informações com nomes dos outros seqüestradores de aviões envolvidos nos ataques de 11 de setembro. O relatório de Rowley também foi engavetado e os pedidos de busca negados por seus superiores.
Examinando fatos publicados na imprensa norte-americana os autores concluíram como o jornalismo dos EUA se portou e descobriram que muitas notícias publicadas, citando relatórios da CIA e do FBI, foram posteriormente desmentidas ou tiveram a sua importância diminuída, pelos mesmos órgãos de imprensa. A primeira comissão do Senado americano elaborou um relatório sobre as causas dos atentados, mas o presidente Bush rasgou pessoalmente 28 páginas deste relatório. Outra comissão do Senado foi formada e um relatório diferente foi elaborado.
Para tentar explicar a inexplicável ineficiência da defesa da Força Aérea norte-americana para impedir os ataques dos aviões seqüestrados às torres gêmeas do WTC, os autores relembraram a atuação da FAB – Força Aérea Brasileira no episódio do seqüestro avião da VASP ocorrido no Brasil. Em setembro de 1988, o Boeing 737 da VASP, vôo 375 decolou de Belo Horizonte com destino ao Rio de Janeiro. Tomado por um seqüestrador, que atirou num comissário e matou o co-piloto, o comandante Murilo de Lima e Silva foi obrigado a desviar sua rota e seguir para Brasília. Seu objetivo era lançar a aeronave contra o Palácio do Planalto. Este seqüestro ocorreu no Brasil, em 1988, na época em que a tecnologia de comunicações e defesa de tráfego aéreo não era tão avançada como em 2001. A aeronave que fazia a rota Norte-sudeste tomou o sentido oposto. O comandante acionou o alarme para que o controlador de vôo percebesse o problema e deduzisse que se tratava de um seqüestro. O Grupo de Defesa Aérea de Anápolis foi acionado providenciando a interceptação. Três aeronaves Mirage F 103 com munição ar-ar se revezaram no acompanhamento do Boeing da VASP até Brasília e Goiânia. Havia a possibilidade de realizar “tiro de destruição” caso a aeronave fosse considerada “hostil” ao querer colidir com “prédio público em Brasília”. Felizmente nada disso foi necessário, mas a ação da FAB foi muito eficiente, pois as providencias tomadas levaram apenas alguns minutos. O que ocorreu no 11 de setembro de 2001 nos EUA seria praticamente impossível se considerando o sistema de defesa norte-americano como um dos melhores do mundo. Além disso, supõe-se que o Pentágono, sede do comando militar americano, deveria ter o melhor sistema de segurança do planeta. A seqüência dos fatos mostra que no momento em que o controlador de vôo de Washington percebeu que o vôo 77 havia desaparecido da tela às 8h54min, um outro avião já havia se chocado com a primeira torre do WTC em NY. Às 09h03min o segundo avião se choca com a outra torre. Só cinco minutos depois a torre de Washington informa à Força Aérea e à policia do desaparecimento do vôo 77. Dezesseis minutos depois as autoridades responderam a esse aviso e somente às 09h36min , ou seja 24 minutos depois do aviso do controlador, a Força Aérea foi advertida de que o avião desaparecido se aproximava de Washington e decidiu enviar aviões de combate para controlar o espaço aéreo da capital norte-americana, mas era tarde. Um minuto depois o “vôo 77” se chocaria no Pentágono. O mais incrível é que nos escombros do Pentágono não foi encontrado nenhum destroço do avião ou corpos. Só resta a pergunta onde está o Boeing 757-200? E onde estão os passageiros e tripulantes do vôo 77?
Diversos livros foram publicados a respeito desse assunto, desde o do francês Thierry Meyssan ( 11 de setembro de 2001 - uma terrível farsa – usina do livro – 2003) que aborda o episódio do Pentágono como uma fraude pois não houve queda de um Boeing lá, até o do lingüista norteamericano Noam Chomsky ( 11 de setembro – Bertrand – 2002) que afirma que o presidente Bush aproveitou o evento para lançar seus ataques e invasões. Já os livros de Bob Woodward (Bush em Guerra – Arx – 2003 e Plano de Ataque – Globo - 2004) e o de Seymour Hersh (Cadeia de Comando – Ediouro – 2004) concordam com as explicações oficiais publicadas no relatório final produzido pelo congresso norte-americano. Esses últimos apóiam a explicação de falta de comunicação entre as agências CIA e FBI, falhas e erros graves. Finalmente, a obra dos jornalistas Marcelo Csettkey e Marcelo Gil demonstra o oposto das versões oficiais. Segundo eles não houve falhas nem erros, as agências se comunicavam o tempo todo e estavam bastante entrosadas no que diz respeito ao acompanhamento dos terroristas entrando em território americano e aprendendo a voar. A cúpula do governo Bush permitiu os atentados por meio de um bloqueio efetivo aos agentes do FBI quando estes identificaram os terroristas.
O livro traz o prefácio escrito pelo professor Deonísio da Silva que faz uma observação extremamente importante: “o que não vimos nem lemos quando esses jornais e revistas passaram diante de nossos olhos? Como a versão imposta pôde disfarçar-se num lugar tão visível como a mídia? A mídia vê tudo, mas quem vê a mídia?” E continua “O livro dá o que pensar e propõe outros olhares sobre o 11 de setembro. Ironicamente faz isso compulsando jornais velhos , revistas descartadas, coisas que foram jogadas fora........atiradas no lixo da História”
“É possível enganar alguns por algum tempo. É possível enganar muitos por muito tempo. Mas é impossível enganar a todos todo o tempo”. Abraham Lincoln – ex presidente dos EUA.
“Os nossos inimigos são inovadores e engenhosos. Nós também. Os nossos inimigos não param de pensar em novas formas de prejudicar nosso país e nosso povo. Nós também”. George w. Bush. ( extraído do site da Casa Branca em 2004)
André Dusek
Fotógrafo do Estado de São Paulo- sucursal Brasília

19.11.06

Handebol de areia

Regras – O handebol de areia tem regras diferentes das adotadas nas partidas de quadra. A primeira alteração ocorre nas dimensões do campo: 27 x 12 metros.
As partidas são realizadas em dois tempos de 10 minutos. Cada treinador tem direito a um tempo técnico por período.
Mas a principal alteração ocorre na forma como os confrontos são finalizados. Seguem os moldes do vôlei: são decididos por sets, independente do placar alcançado com os gols. Um time é declarado vencedor quando tem a vantagem de 2 a 0.
Caso ocorra empate, a decisão vai para o shoot out (jogador contra goleiro), que lembra o pênalti no futebol.Existe também o denominado gol espetacular. São dois pontos para o time, um a mais que o normal. Para se conseguir a pontuação é necessário que o goleiro marque ou então que o gol saia da jogada com nome de pirueta, quando o atleta salta e gira no ar antes de arremessar.

4.11.06

RÁDIO AMADOR

1 O que é o Serviço de Radioamador?

O Serviço de Radioamador é um serviço de radiocomunicações, realizado por pessoas autorizadas, que se interessem pela radiotécnica, sem fins lucrativos, tendo por objetivo a intercomunicação, a instrução pessoal e os estudos técnicos, sendo vetado a utilização para outros fins. Para a instalação de uma estação de Radioamador, seu titular deve previamente tornar-se um Radioamador. Para tanto, deve observar o disposto na legislação. Esse serviço está vinculado à Superintendência de Serviços Privados e consequentemente à Gerência de Serviços Privados.
2 Como posso tornar-me um Radioamador?
Para tornar-se um Radioamador é necessária a autorização, que depende da prévia verificação da capacidade operacional e técnica do interessado, mediante exames aplicados. De acordo com habilitação técnica e operacional demonstrada, o radioamador é incluído nas classes "A","B", "C" ou "D".
Classe A - acesso restrito ao radioamador classe "B", após decorrido um ano da data de expedição do certificado COER - Certificado de Operador de Estação de Radioamador na classe "B";
Classe B – menores de 18 anos, após terem decorrido dois anos da data de expedição do COER - Certificado de Operador de Estação de Radioamador classe "C"; ou maiores de 18 anos, em qualquer hipótese;
Classe C – maiores de 10 anos, aprovados nos testes de Técnica e Ética Operacional e Legislação de Telecomunicações;Transmissão e Recepção Auditiva de Sinais em Código Morse; e
Classe D - maiores de 10 anos, aprovados nos testes de Técnica e Ética Operacional e Legislação de Telecomunicações.
3 Qualquer pessoa poderá obter a autorização para ser Radioamador?
A autorização de Licença somente será concedida:
a A brasileiros, maiores de 10 anos, cabendo aos respectivos pais ou tutores a responsabilidade por atos ou omissões;
b. A portugueses, que tenham obtido o reconhecimento da igualdade de direitos e deveres para com brasileiros;
c. A radioamadores estrangeiros, nas condições estabelecidas em acordos de reciprocidade de tratamento;
d. A radioamadores estrangeiros, funcionários de organismos internacionais, dos quais o Governo Brasileiro participe, desde que estejam prestando serviço no Brasil.
4 Quais as normas e regulamentos referentes ao Serviço de Radioamador? E como faço para obtê-las?
As informações podem ser encontradas na página específica do Serviço Radioamador (PY), no campo dos Serviços de Telecomunicações e, se necessário, poderão ser solicitadas via formulário no setor de atendimento ao cidadão. As publicações do D.O.U dos seguintes dias podem ser consultadas:
17/07/97 – publicação da Lei 9.472, de 16/07/97 – Lei Geral das Telecomunicações;
25/10/97 – publicação do Decreto 91.836, de 24/10/85 – Regulamento do Serviço de Radioamador;
28/11/94 – publicação do Decreto 1.316, de 25/11/94 - Altera o decreto 91.836/85;
30/12/94 - publicação da Portaria 1278, 28/12/94, que aprova a Norma 31/94 – Norma de execução do Serviço de Radioamador.
5 Sendo eu Radioamador Estrangeiro, não pertencente a nenhum organismo internacional, qual a documentação que necessito para obter a autorização?

Para Radioamador Estrangeiro, natural de país que tenha celebrado com o Brasil acordo de reciprocidade para execução do Serviço de Radioamador, independente da prestação de testes, o Certificado de Operador de Estação de Radioamador - COER poderá ser obtido mediante a apresentação de:
a. Licença, certificado ou documento equivalente, dentro do prazo de validade, expedido em seu país de origem;
b. Passaporte ou carteira de Identidade de Estrangeiro, em vigor, quando exigidos pelas autoridades de nosso governo.
6 Sendo eu Radioamador Estrangeiro, funcionário de organismo internacional do qual o Governo Brasileiro participa, qual a documentação que é necessária para obter a autorização?
Para Radioamador Estrangeiro, funcionário de organismo internacional do qual o Brasil participe, será concedido o Certificado de Operador de Estação de Radioamador - COER, mediante a apresentação de:
a. Licença, Certificado ou documento equivalente, dentro do prazo de validade, expedido em seu país de origem;
b. Documentação comprobatória de estar a serviço no Brasil.
7 Existe alguma exigência para o Serviço de Radioamador?

Para o Serviço de Radioamador é necessária a realização de testes e avaliação da capacidade operacional e técnica para operação da estação, devendo o candidato procurar as Diretorias do LABRE (Liga Brasileira de Radioamadores), nas capitais dos Estados, ou nos Escritórios/Unidades Operacionais da Anatel.
8 Como e quando posso fazer exame para o Serviço de Radioamador?
Para fazer exame de Radioamador, o interessado deve procurar as Diretorias do LABRE (Liga Brasileira de Radioamadores), nas capitais dos Estados, ou nos Escritórios/Unidades Operacionais da ANATEL, para verificar o calendário anual de realização de testes para obtenção do Certificado de Operador de Estação de Radioamador - COER.
9 Necessito de licença para funcionar minha Estação de Radioamador?
Necessita sim. A Licença de Funcionamento de Estação de Radioamador é o documento que autoriza a instalação e o funcionamento de Estação de Radioamador e poderá ser requerida por:
a. Titulares de Certificado de Operador de Estação de Radioamador;
b. Pelas associações de radioamadores;
c. Pelas universidades e escolas.
10 Qual o prazo de validade da Licença para o funcionamento de Estação de Radioamador?
O prazo de validade da Licença de Funcionamento de Estação de Radioamador é de 10 anos.
11 Como posso cancelar minha licença de Radioamador?
Para cancelar a Licença para Funcionamento de Estação de Radioamador, o radioamador deverá dirigir-se às Diretorias do LABRE (Liga Brasileira de Radioamadores), nas capitais dos Estados, ou nos Escritórios/Unidades Operacionais da ANATEL, preencher o formulário próprio e anexar o original de sua licença, ou justificar o seu extravio, para que a mesma seja cancelada.
12 Como posso fazer para modificar o indicativo de chamada da minha Estação de Radioamador?
Somente os Radioamadores Classes "A" e "B" podem escolher a combinação de letras (de duas ou três letras) para formação do indicativo de chamada de sua Estação.
13 Como devo proceder para transformar um PX em PY?

Não existe possibilidade de transformar uma Estação do Serviço Rádio do Cidadão (PX) em uma Estação do Serviço de Radioamador (PY). Para operar Estação de Radioamador é necessário obter o Certificado de Operador de Estação de Radioamador - COER.
14 Onde as dúvidas técnicas sobre o Serviço de Radioamador poderão ser esclarecidas?
Os esclarecimentos técnicos desejados sobre o Serviço de Radioamador devem ser encaminhados ao LABRE (Liga Brasileira de Radioamadores). Não satisfeita a dúvida, o interessado poderá dirigir-se aos Escritórios Regionais ou Unidades Operacionais da ANATEL ou ainda preencher o formulário do setor de atendimento ao cidadão.
15 Qual a despesa que tenho para tornar-me um Radioamador?
Para obtenção do Certificado de Operador de Estação de Radioamador - COER não existe qualquer despesa. Para obtenção da licença para funcionamento da Estação de Radioamador, deverá ser comprovado o recolhimento de:
a. R$ 33,52 para cada estação fixa;
b. R$ 33,52 para cada estação repetidora;
c. R$ 26,83 para cada estação móvel.
Além dos valores mencionados, deverão ser pagos os encargos referente à execução do serviço e pelo direito do uso da radiofreqüência (art. 48 da Lei nº 9.472/97 – Lei Geral das Telecomunicações).
16 Quais os equipamentos de Radioamador que estão homologados/certificados na ANATEL?
A informação desejada pode ser encontrada no campo Serviços de Telecomunicações, área de Certificação de Produtos.
17 Onde posso saber se um rádio/equipamento/produto está homologado/certificado pela ANATEL?
Para saber se um rádio/equipamento/produto está homologado/certificado pela ANATEL, queira ligar para a Gerência de Certificação nos telefones (061) 312-2318 e 312-2613.
18 O que é Certificação? Homologação?
É o processo pela qual a ANATEL verifica se determinado produto possui características compatíveis com seu uso para comunicações no País.
19 O que devo fazer para homologar/certificar um produto na ANATEL?
A informação desejada pode ser encontrada no campo Serviços de Telecomunicações, área de Certificação de Produtos. Consultar o item 4 da Norma Geral de Telecomunicação n.º 004/91. 20 Como posso saber se um aparelho necessita ser Certificado/Homologado pela ANATEL?
Basta verificar se o aparelho consta da Tabela 1 da Norma n.º 004/91, no campo Biblioteca/Instrumentos Deliberativos/Portarias, ou da relação que acompanha o Ato da Anatel n.º 1.522, de 08/10/98. Se necessário, a informação poderá ser solicitada via formulário, no setor de atendimento ao cidadão.
21 Qual a norma que é aplicável a um determinado equipamento/produto?
A informação desejada pode ser encontrada no campo Biblioteca / Legislação, consultando a tabela "Tipo de Produto e Normas Aplicáveis". Se necessário, a informação poderá ser solicitada via formulário, no setor de atendimento ao cidadão.
22 Como e quando fazer exame?
Procure a Delegacia do Ministério das Comunicações em seu estado ou representação da Liga dos RadioAmadores do Brasil (LABRE) para verificar as datas dos exames para obtenção da licença.
23 Como cancelar a licença?
Para cancelar sua licença, o radioamador deverá procurar a Delegacia do Ministério das Comunicações em seu estado, preencher o formulário próprio e anexar sua licença de radioamador para que a mesma seja cancelada.
24 Como transformar um PX em PU?
Não é possível transformar o PX em PU pois os prefixos dizem respeito a dois serviços de natureza diferente.
25 Como modificar o prefixo de um radioamador?
Para modificar seu prefixo, o radioamador deverá se dirigir até a Delegacia do Ministério das Comunicações e solicitar a mudança de indicativo mediante o pagamento de taxa correspondente. Somente os radioamadores classes A e B podem ter indicativos de duas letras. 26 Como está o processo de emissão do COER e licenças para Radioamador?
As emissões, tanto do COER quanto das licenças para operação de estação de Radioamador, estão ocorrendo normal e semanalmente por esta Agência que remete aos seus Escritórios Regionais ou Representações em funcionamento no mesmo prédio das Delegacias Regionais do Ministério das Comunicações para entrega aos interessados
27 O que e a Liga Brasileira de Radioamadores (LABRE) está autorizada a fazer?
De acordo com o Termo de Cooperação assinado entre a Labre e Anatel, a Liga tem autorização para:
a. elaborar, aplicar e avaliar os testes de capacidade operacional e técnica de acesso ao Serviço de Radioamador nas classes " A" , " B" , " C" e " D" , em todo o Território Nacional a todos os interessados, independentemente de serem ou não seus filiados;
b. consultar no Sistema de Informações Técnicas para a Administração das Radiocomunicações – SITAR, a situação de regularidade do candidato junto à ANATEL;
c. cadastrar, no SITAR, os dados dos candidatos aprovados nos testes, assim como as informações técnicas necessárias ao licenciamento dos mesmos;
d. emitir os documentos de arrecadação relativos aos pagamentos do FISTEL, ao direito de execução do Serviço de Radioamador e ao uso da(s) radiofreqüência(s) associada(s) e entregá-los aos candidatos para recolhimento na rede bancária;
e. entregar o Certificado de Operador de Estação de Radioamador – COER aos aprovados nos testes constantes da letra " a" desta cláusula;
f. entregar a(s) respectiva(s) licença(s) que consubstancia(m) a autorização para funcionamento de estação de radioamador e a outorga de autorização para uso das radiofreqüências associadas ao serviço, expedida(s) pela ANATEL, conforme dispõe a regulamentação pertinente, após a efetiva execução das atividades anteriores e comprovação de recolhimento do documento de arrecadação pelo interessado;
g. emitir, via SITAR, o documento de arrecadação pelo direito de uso de radiofreqüência.

Prisão de Ventre

Ventre livre

Um dia ou outro sem ir ao banheiro é normal. Se depois desse intervalo seu filho faz cocô numa boa, nem se preocupe. Agora, se ele reclama de desconforto na barriga, sente dor na hora de defecar, perde o apetite, tem fezes duras e ressecadas, às vezes até com sangue, é hora de agir. A prisão de ventre é um sintoma que deve ser combatido desde cedo para não se tornar crônico: 63% das crianças com intestino preso levam o problema para a adolescência e até para a vida adulta.
O mais importante de tudo é manter a tranqüilidade. Recém-nascidos podem passar alguns dias sem sujar a fralda. É normal. Os problemas começam mais tarde, depois de 1 ano. Embora distúrbios físicos, como hipotiroidismo e malformações intestinais, além de dieta pobre em fibras, agravem a situação, 95% dos casos de prisão de ventre são derivados de fatores psicológicos.
O entorno familiar é determinante. "É possível haver alguma dificuldade emocional, do filho ou dos pais", diz Dr. Antonio Carlos Siqueira, pediatra antroposófico, pai de Laura e Fernando, especialista em Terapia Intensiva Pediátrica. E reter as fezes pode ser uma maneira que a criança encontra de manifestar que algo não vai bem. Isso é capaz de ocorrer, por exemplo, se a pressão for excessiva, principalmente na hora da retirada das fraldas. "Pais e avós que apressam essa transição atrapalham o processo."
Pressionar seu filho a usar o vaso só piora tudo. Fale com o pediatra, sempre. Ele pode recomendar o uso de um laxante para amolecer as fezes. O importante é combater o desconforto para lidar com a questão de cabeça fria. A filha mais velha da economista Renata Corsi, Carolina, de 4 anos, criou pânico de ir ao banheiro logo que tirou as fraldas.
"O pediatra disse que ela estava se sentindo insegura, o que é normal nessa época de troca de hábitos", lembra Renata. A mais nova, desde bebê, apresentou problemas de intestino preso. Hoje as duas meninas tomam um laxante indicado pelo médico. Mania de limpeza e superproteção agravam o quadro. Se seu filho associa as fezes a algo impuro, não é de estranhar que tenha dificuldades em lidar com elas. Então, deixá-lo se lambuzar de tinta, brincar com argila faz parte da prevenção e do tratamento. "Restringir esses momentos é empobrecer sua vivência", diz Dr. Rui Paiva, pediatra, membro do Instituto da Família, pai de André, Mário e Luisa.
Pequena enfezada


Por trás da resistência a ir ao banheiro pode estar uma dificuldade em lidar com sentimentos de raiva, por exemplo. Em algumas circunstâncias, fazer cocô é visto pela criança como algo agressivo. Não é à toa que usamos a palavra "enfezada" para denominar pessoas com raiva, aborrecidas, irritadas...
Se a situação se prolonga e gera tensão, pode ser bom procurar apoio psicológico. Foi a atitude de Lara Lins, mãe de Anna, 3 anos, e Maria, 1 ano. O problema, de novo, iniciou com a retirada das fraldas, que coincidiu com o nascimento da irmã. Na época Anna tinha 2 anos. Um ano depois, ela ainda só fazia cocô na fralda e passava dias constipada.
"Ficava muito nervosa e percebi que isso só piorava as coisas." A mãe procurou uma psicanalista e, em três meses, com sessões semanais para a menina e também para ela e o marido, Anna começou a usar o vaso. "Percebemos que éramos muito exigentes com nossa filha, queríamos que fosse grande logo, que não expressasse o ciúme que sentia da irmã menor. Quando passamos a aceitar que podia ficar com raiva e ser um pouco 'bebê' , mostrando que continuaríamos a gostar dela, tudo melhorou", conta, aliviada. Anna, com certeza, se sente bem mais livre.

HABEAS CORPUS

O que fazer para prevenir e combater o intestino preso

Primeiras papinhas: Não use o liquidificador, ele destrói as fibras. Cozinhe bem os ingredientes e os amasse separadamente com o garfo, assim a criança se acostuma a mastigar e apreciar diferentes sabores.
Dieta de fibra: Por reter água, as fibras hidratam e aumentam o bolo fecal, o que facilita a sua eliminação. Ensine seu filho a comer as frutas com casca. Laranja e mexerica, sempre com bagaço.
Menos branco: Troque guloseimas com farinha refinada (branca) e o arroz branco por versões integrais. Queijos e leite, principalmente com farináceos ou achocolatados, podem ajudar a prender o intestino.
Mais líquidos: O número de copos deve corresponder à idade: por exemplo, 4 anos, quatro copos de água, suco e chá. Evite os refrigerantes.
Tranqüilidade: Vá aos poucos mudando os hábitos alimentares tanto seus quanto os da criança. Você é o modelo. Se começar a se estressar porque seu filho não come da maneira como você gostaria, só vai piorar.
Exercícios: Subir no trepa-trepa; pular corda; jogar bola; brincar de esconde-esconde, pega-pega; pedalar bicicleta etc. A criança deve se mexer todos os dias, o que ajuda no funcionamento dos intestinos.
Hora certa: Incentive seu filho a usar o vaso no mesmo horário, por exemplo, de manhã, já que durante o sono as fezes são empurradas para a parte final do intestino. Outro bom momento é logo após as refeições.
Retirada das fraldas: Espere que ele complete ao menos 2 anos e que dê sinais de que se sente desconfortável com elas. Caso já tenha iniciado o processo antes do tempo e a criança resista, peça desculpas e diga que ela pode usar a fralda até estar preparada para usar o vaso.
Quando a criança não consegue fazer cocô: Peça uma indicação de um laxante ao pediatra, mas procure evitar que o uso do remédio se torne rotina, fazendo com que o organismo condicione seu funcionamento à sua ingestão. Só recorra aos supositórios em último caso. "É agressivo e constrangedor", diz o pediatra Rui Paiva. Uma alternativa é dar à criança uma bola de algodão embebida em glicerina e pedir que ela mesma lambuze a região anal. Amolece as fezes e faz com que ela tenha controle sobre a situação.


DOSE DIÁRIA DE FIBRAS

Abobrinha (1 unidade pequena) 4,5 g
Feijão cru (1/2 xícara de chá) 12 g
Ameixa seca (2 unidades) 1,5 g
Goiaba (1 unidade média) 5,5 g
Beterra (1 unidade média) 5 g
Grão-de-bico (1/2 xícara de chá) 16 g
Brócolis (1 xícara de chá) 3 g
Inhame (1 pedaço médio) 6 g
Caju (1 unidade média) 4 g
Laranja (1 unidade média) 2,5 g
Beringela (1/2 unidade média) 4,5 g
Lentilha cozida (1 xícara de chá) 8 g
Cenoura (1 unidade média) 4,5 g
Mamão papaia (1/2 unidade média) 2 g
Chuchu (1 unidade pequena) 7,5 g
Pêra (1 unidade pequena) 3,5 g
Espinafre cozido (1 xícara de chá) 8 g
Pipoca estourada (1 xícara de chá) 3 g

FONTE: PAIS&FILHOS

3.11.06

Mundo Sustentável

ESPÉCIES MARINHAS QUE SÃO ALVO DE PESCA ACABAM EM 2048, DIZ ESTUDO

Pesquisadores destacam que é possível reverter o quadro com iniciativas de conservação das regiões com mais biodiversidade

Reinaldo José Lopes, do G1, em São Paulo

Um mundo sem filés de merluza ou pescada, sem salmões, camarões, casquinhas de siri e, claro, sem caviar. Um mundo desse tipo, sem nenhuma das fontes de alimento hoje extraídas do mar pelo homem, não está tão longe assim -- aliás, fica logo ali, de acordo com um grupo internacional de pesquisadores. Eles alertam que o ano de 2048 é o prazo-limite para o esgotamento de todas as espécies marinhas pescadas hoje, se nada for feito.
No entanto, o artigo que cita esse prazo assustador, na edição desta semana da revista especializada americana "Science", está longe de ser uma mera profecia desanimadora. Os dados recolhidos pela equipe demonstram que ainda está em tempo de virar o jogo. "A esta altura do campeonato, a maioria das espécies afetadas [pela exploração desenfreada] ainda pode se recuperar", contou ao G1 a bióloga Heike K. Lotze, da Universidade Dalhousie, em Halifax (Canadá).
Além desse lado esperançoso, o estudo ainda é um cala-boca monumental para os que criticam a preocupação com a diminuição da biodiversidade no mundo. A análise revela que os ambientes marinhos mais diversificados, ou seja, com o maior número de espécies, são justamente os que agüentam melhor o tranco da exploração comercial. Assim, manter um ambiente altamente biodiverso faz todo o sentido do ponto de vista econômico.
"A biodiversidade não é o embrulho bonitinho dos ecossistemas -- ela é um enorme motor de produtividade", explicou ao G1 o biólogo Stephen R. Palumbi, da Universidade Stanford, nos Estados Unidos. "Assim como qualquer fazendeiro precisa saber como e por que uma planta cresce depressa, nós precisamos saber como tirar o máximo dos ecossistemas sem destruí-los. Nosso estudo mostra que deveríamos ter como regra máxima dar apoio à diversidade natural de um ecossistema -- nem que seja pela razão puramente egoísta de querer que ele produza mais para nós."
O trabalho na "Science" é uma grande meta-análise -- termo usado pelos cientistas para designar uma análise que reúne os dados de muitos estudos anteriores e tenta encontrar um padrão comum neles. "É a primeira vez que alguém examina todos os dados existentes sobre espécies e ecossistemas oceânicos, em escala local, regional e global", diz Heike Lotze.
Más notícias primeiroEm primeiro lugar, o que salta aos olhos são as más notícias. Quase 40% das espécies marinhas capturadas pelo homem entraram em colapso, ou seja, perderam cerca de 90% da sua população original. Apesar do aumento em número e tecnologia das frotas pesqueiras do mundo, a captura caiu 13% desde que alcançou seu máximo histórico em 1994.
Por outro lado, os pesquisadores encontraram uma relação direta entre a diversidade de espécies dos ecossistemas marinhos e o quanto eles resistem a essa sangria desatada. Regiões costeiras com uma média de 200 espécies nativas estão com mais da metade das espécies pescadas em colapso, enquanto o número não chega a um quinto em áreas com 1.200 espécies nativas.
As regiões costeiras com muita biodiversidade também mostraram ser mais produtivas em termos de captura e capazes de se recuperar com muito mais rapidez da pesca excessiva, se tivessem um pouco de sossego.
SubstituiçõesA análise de experimentos controlados nos quais a diversidade de espécies era manipulada pelos pesquisadores ajuda a explicar o porquê disso. Em média, ambientes com maior número de espécies são 80% mais produtivos -- ou seja, são mais eficientes em produzir massa viva, ou comida, do ponto de vista humano. Também usam recursos com até 36% mais eficiência.
Além disso, num ambiente marinho biodiverso, "os pescadores podem mudar de alvo caso seu peixe preferido decaia. Isso permite que o alvo anterior se recupere antes de entrar em colapso. Além disso, a população-alvo vai se dar melhor num ecossistema diversificado, com mais comida e também talvez com mais espécies capazes de manter predadores saciados". Como num jogo de futebol, a plaquinha sobe e espécies reservas entram em campo antes que as "titulares" morram.
Diante dos dados, o que realmente falta são ações. Os pesquisadores lembram que o colapso da biodiversidade marinha não significará apenas o fim de uma das fontes mais nutritivas de alimentos para a humanidade -- os ambientes costeiros também ajudam, entre outras coisas, a melhorar a qualidade da água e a impedir a inundação de cidades protegidas por mangues e recifes. Vai ser muito melhor para o bolso e para o estômago humanos achar uma maneira mais racional de explorar essa riqueza.

29.10.06

ARTIGO

"O Brasil chegou ao século 21 esbarrando em dois muros: o da desigualdade, que separa os pobres dos ricos; e o do atraso, que separa o Brasil dos países desenvolvidos."
23.10.2006 Publicado na Folha de S. Paulo

O Brasil chegou ao século 21 esbarrando em dois muros: o da desigualdade, que separa os pobres dos ricos, como se fossem habitantes de países diferentes; e o do atraso, que separa o Brasil dos países desenvolvidos. Sem derrubar esses dois muros, continuaremos a ser uma meia-nação, além de ser uma nação atrasada. Para rompê-los, não bastam os pequenos ajustes que caracterizam nossa história. O Brasil tem optado sempre pelo pequeno avanço. No lugar da abolição, preferiu leis para aliviar a escravidão, até que ela se esgotou. Mas nada fez para incorporar os ex-escravos. Em vez de uma industrialização consistente, preferiu o protecionismo estatal, com técnicas e capital importados. O resultado é que não temos uma demanda de acordo com o nosso tamanho, tampouco base financeira, científica e tecnológica que promova nossa inserção no mundo moderno com a inclusão de todos os brasileiros. O Brasil precisa de uma mudança de rumo, de uma revolução. O crescimento econômico se mostrou insuficiente para derrubar os muros; uma revolução social nos moldes antigos está fora de questão. O único caminho para reorientar o futuro e criar uma nação sem desigualdade e sem atraso está em uma revolução que comece pela educação da primeira infância e chegue à consolidação de um forte aparato científico e tecnológico. Uma revolução com o lápis substituindo o fuzil; escolas no lugar de trincheiras; professores, em vez de guerrilheiros; que distribua conhecimento, em vez de concentrar capital nas mãos do Estado; que tenha a infância, e não o proletariado, como os portadores do futuro. Uma Revolução Doce. É possível iniciar essa revolução no Brasil de hoje. Para tanto, são necessárias dez ações: 1) Concentrar o trabalho do MEC na educação de base -pré-escola, ensino fundamental e médio-, transferindo o ensino superior para o Ministério da Ciência e Tecnologia; e criar uma agência federal de proteção da criança. Assim, a União se comprometeria com o processo da educação básica, desde a primeira infância. 2) Garantir vaga na escola mais próxima de sua casa, para cada criança, no dia em que fizer quatro anos; e determinar a obrigatoriedade do ensino médio, ampliado para quatro anos e garantindo formação profissional. 3) Definir três pisos nacionais para a educação: um de salários, vinculado à formação e dedicação do professor, com a aprovação de um plano de cargos e salários dos professores, inclusive municipais e estaduais; um de padrão mínimo de equipamentos e instalações; e um de conteúdo mínimo de aprendizado de cada criança, em cada disciplina, em cada série. 4) Aprovar uma Lei de Diretrizes Educacionais, nos moldes da LDO, com metas a serem cumpridas em cada cidade e Estado, tais como universalização do ensino até o final do ensino médio, implantação do horário integral em todas as escolas e erradicação do analfabetismo. 5) Aprovar uma Lei de Responsabilidade Educacional, nos moldes da LRF, para punir cada dirigente executivo que descumpra as metas estabelecidas com a inelegibilidade futura. 6) Retomar a Secretaria para a Erradicação do Analfabetismo do MEC e seus programas, definindo o prazo de quatro anos para erradicar o analfabetismo de adultos. 7) Reformar o Bolsa Família, devolvendo-lhe o conceito de Bolsa-Escola, com vinculação educacional e administrativa ao MEC. 8) Refundar o sistema de ensino superior, ciência e tecnologia, definindo metas de curto e médio prazo, combinando a criação de conhecimento com as necessidades do país. 9) Criar, sob a liderança do presidente, um ambiente que desperte a prioridade à educação em todas as camadas da população, como fez JK para a industrialização. 10) Assegurar os recursos necessários no Orçamento para complementar os investimentos municipais e estaduais, para salário e formação de professores, reforma e equipamento de escolas, reservando, de início R$ 7 bilhões adicionais por ano, até chegar a R$ 20 bilhões, dentro de quatro ou cinco anos. Seria um percentual pequeno do Orçamento e traria a imediata redução de gastos, com a diminuição da repetência e a elevação da produtividade econômica, com o conseqüente aumento da arrecadação. Esses itens têm uma coisa em comum: a necessidade de uma revolução na mentalidade dos dirigentes nacionais, para que a educação passe a ser vista como o grande vetor do progresso. Essa mudança de mentalidade é o único empecilho real para essa doce revolução, da qual o Brasil tanto precisa e cujo início não pode mais adiar. Essa é a mensagem que tentei espalhar pelo país ao longo da campanha -e não pretendo parar por aqui. Como tive mais de 2,5 milhões de votos, só posso crer que estou no caminho certo.

Cristovam Buarque, doutor em economia, é senador pelo PDT-DF. Neste ano, concorreu à Presidência da República pelo PDT e ficou em quarto lugar.
Artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo de domingo, 22 de outurbo.

Bugatti Veyron


Texto: Matt Stone
Fotos: Mark Bramley

Cada Bugatti Veyron, feito à mão, custa US$ 1,25 milhão (lá fora). Seu extraordinário motor W16 tem tantos cilindros e turbos quanto quatro Subaru Impreza WRX – e mais potência. O grande, malvado Bugatti acelera mais rápido que um carro da NASCAR e é mais veloz que uma máquina da Fórmula 1. Ainda assim, é dócil como um Lexus. Ele é o carro de produção em série mais rápido, mais veloz e mais caro jamais comercializado.O Veyron é a visão de um homem – Ferdinand Piëch, ex-presidente do grupo VW no mundo – e a Bugatti não ganhará nem um centavo com toda a produção antecipada de apenas 300 carros (50 por ano, no máximo, com aproximadamente um terço deles destinados aos EUA). Sua principal missão é ser a máquina de sonhos da marca, reintroduzindo essa lendária fabricante francesa no mercado em um estilo mais do que adequado. Comparações com Ferrari Enzo, Maserati MC12, Mercedes-Benz SLR e o McLaren F1 de uma década atrás são inevitáveis, mas irrelevantes. Esses carros incorporam o ethos (espírito) dos carros de corrida em exóticas máquinas de rua. O Veyron 16.4, ao contrário, foi concebido para ser o mais sensacional Gran Turismo (GT) de luxo do mundo, um carro que acaba empregando performance e tecnologia considerável de corrida para chegar lá. É uma diferença significativa. O Veyron na pistaEnquanto piloto o 16.4 através de um dos túneis da Sicília, na Itália, com 1,6 km de comprimento e o velocímetro bate nos 280 km/h, eu entendo qual é a sensação de uma bala de ponta oca viajando pelo cano longo de uma Magnum .44. Forças potentes me empurram para a frente, as luzes do túnel se tornam borrões e o rumor de subwoofer do W16 é maximizado pelas paredes de pedra. Aquele pontinho branco ali adiante representa o fim do cano e sair dele para a luz do dia produz a mesma descarga de luz que um tiro.Espremer o pedal do acelerador traz uma resposta controlada de mil (e um!) cv que precisa ser sentida para ser digna de crédito. Os quatro turbos e o sistema de gerenciamento do motor entregam potência na medida em que os pneus a agüentam e a gravidade empurra todos os órgãos internos para um mesmo lugar. Você desacelera a meros 100 km/h ou algo parecido apenas para poder acelerar de novo e fazer tudo outra vez.Mesmo assim, por toda a sua força bruta, há refinamento, sofisticação, suavidade. A condução é firme, mas mais flexível que a de qualquer outro superesportivo. Pegue uma pista irregular e não se ouve nenhum ruído mais seco, evidente em veículos de suspensão dura e uso intensivo de fibra de carbono. Barulhos de vento são admiravelmente baixos, ainda que o rumor produzido pelos pneus Michelin PAX feitos sob encomenda para o Veyron dependa do tipo de piso e condição.A direção bem calibrada responde rapidamente em baixas velocidades, mas mesmo quando almeja o infinito o Veyron se mantém sobre trilhos, em frente e avante. Há gerenciamento aerodinâmico quando o carro está em ação: painéis difusores móveis na dianteira, altura da suspensão ajustável conforme a velocidade, extratores de ar traseiros e um aerofólio traseiro que não está de brincadeira. Esses são itens obrigatórios para um carro que chega a 320 km/h com facilidade. Apesar de não ser permitido dirigir a mais de 400 km/h em estradas, a estabilidade do Bugatti em altas velocidades – um problema recorrente no início do desenvolvimento do carro – é impecável a velocidades sãs e até a insanas.O motor W16 de 8 litros é diferente de qualquer coisa que já tenha impulsionado um automóvel. Seu deslocamento cúbico e o quarteto de turbos bem gerenciado garantem que ele tenha potência em qualquer ponto da escala de rotação. Apesar dos números superlativos, ele não é um motor de rotações absurdas, como o V12 do Ferrari Enzo ou do McLaren F1. Ele ronca mais como um pequeno terremoto, cujos pontos na escala Richter podem ser controlados pelo pé direito. Ele começa com um zumbido, mantém a marcha-lenta como um Rolex e despeja potência suficiente para pregar sua espinha ao banco.Tão impressionante quanto o motor é a transmissão do Veyron. A caixa de marchas com duas embreagens do grupo Volkswagen, de trocas seqüenciais (Audi TT, VR6 e A3), foi superdimensionada para suportar essa montanha de potência e recebeu sete marchas para conseguir a proeza. As trocas são instantâneas, sem hesitações ou demoras comuns em outras caixas de embreagem automatizada. Reduções de marcha são igualmente excepcionais, acompanhadas pelo característico aumento de rotações do motor. A Ferrari já quer comprar o projeto.A cabine é recheada de materiais de boa aparência/toque/cheiro. Todas as coisas que parecem ser de alumínio com acabamento de cetim realmente são e o único opcional sem custo para o consumidor é a escolha de bancos “Comfort” ou “Sport”. Nós preferimos o último. Se há um ponto fraco é a visibilidade. Há um ponto cego do lado direito e a localização do vidro esquerdo não é a ideal. A tela de navegação é embutida no retrovisor interno – posição boa para a linha de visão – mas muito pequena. E o porta-malas dianteiro é do tamanho de uma caixa de sapatos, mas tem espaço suficiente para levar o vestido de coquetel de sua acompanhante, além de uma garrafa de champanhe Cristal.A Bugatti cumpriu cada uma das promessas que fez para o Veyron. Ele atende todos os critérios estabelecidos por Piëch quando ele foi anunciado e o faz com autoridade. Luxuoso, elegante, marcante, exclusivo, loucamente caro e enlouquecedoramente rápido, o Veyron estabelece um novo patamar para os veículos Grand Touring.

The New York Times Syndicate

Tradução de Gustavo Henrique Ruffo

Controle de vôo

Controle de vôo:profissão perigo

O tráfego aéreo no Estado de São Paulo está à beira de um colapso. A tecnologia atual é cheia de falhas, e as normas internacionais de segurança são desrespeitadas diariamente.
As condições de trabalho destroem a saúde dos controladores de vôo, aumentando ainda mais os riscos de acidentes.
Este quadro assustador é pintado pela pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) Rita de Cássia Seixas Sampaio Araújo, de 44 anos, e confirmado por controladores de vôo ouvidos pelo JT.
Segundo ela, os aeroportos de São Paulo passam diariamente por situações de extremo risco, que são escondidas da opinião pública.
"Se nada for feito, o sistema atual deve entrar em colapso em, no máximo, três anos", aponta.
Nas atuais condições, segundo a pesquisadora, já seria de se esperar a ocorrência de um grande acidente aéreo por semana.
"Isso só não acontece, ainda, devido aos controladores de vôo, que se desdobram para trabalhar em condições que acabam com a sua saúde", diz.
A saúde dos controladores de vôo é o tema da tese de mestrado de Rita, aprovada anteontem na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Durante três anos, ela pesquisou o centro de controle de aproximação (APP) de São Paulo, situado no aeroporto de Congonhas e responsável pelo tráfego entre os aeroportos da terminal São Paulo.
Essa área engloba aeroportos como os de Cumbica, Guarulhos, Viracopos, Campo de Marte, Sorocaba, Santos, entre outros.
Fora do aceitável os controladores locais têm a maior carga de trabalho do País, já que no terminal APP ocorrem diariamente 2 mil pousos e decolagens, cerca de 60% do tráfego aéreo nacional.
Ali, Rita descobriu que a carga de trabalho dos controladores vai muito além do que as normas internacionais consideram aceitável.
Pelas regras da Organização da Aviação Civil Internacional, nenhum controlador pode ficar responsável por mais de 6 aeronaves na tela do radar.
"Nos horários de pico, eles controlam até 15" conta Rita. Além disso, a distância mínima entre aeronaves no ar não vem sendo respeitada, aumentando o risco de colisões.
"Enquanto o recomendado é uma distância de 5 milhas, em São Paulo ela chega a 2 milhas."
Na APP São Paulo trabalham 96 controladores, mas deveriam ser, pelo menos, 120. O problema do baixo efetivo, segundo números fornecidos pela pesquisadora, é generalizado.
Nos últimos oito anos, o tráfego aéreo vem aumentando a uma média anual de 8%, sendo que, de 1998 para 1999, subiu 20,7%.
Enquanto isso, o número de controladores diminuiu 3% nos últimos oito anos, em todo o país.
Hoje, há 2.300 controladores no País. Para fugir aos baixos salários, a maioria trabalha em um segundo emprego , o que piora ainda mais as condições de estresse.
"Nós todos estamos doentes, e isso tem conseqüências no nosso trabalho", desabafa o suboficial (o equivalente a subtenente no Exército) Mário Celso Rodrigues, chefe de equipe no APP São Paulo e presidente da recém-fundada Associação dos Controladores de Tráfego Aéreo do Estado de São Paulo.
"Houve um aumento absurdo no tráfego aéreo em São Paulo, sem um investimento tecnológico e humano que atendesse à demanda", afirma.
Entre as falhas técnicas mais graves, ele cita a manutenção dos radares, que considera inadequada.
"Por causa disso, os radares falham, e isso é inadmissível", diz. Rodrigues tem uma explicação pessoal para a falta de investimentos.
Ele lembra que o Brasil está se preparando para entrar num novo sistema computadorizado de controle aéreo, o CNS/ATM, a ser implantado mundialmente em 2010, e que permitirá aos aviões "voarem quase sozinhos".
"Penso que a aviação brasileira está tão preocupada em se adaptar ao novo sistema que deixou de lado o sistema atual", afirma.
A pesquisadora Rita de Cássia Seixas Sampaio Araújo teve um motivo muito forte para se interessar por segurança aérea.
Seu marido, Flávio de Araújo Filho, então com 40 anos, era um dos passageiros mortos com a queda do Fokker 100 da TAM, em 31 de outubro de 1996.
Mas sua pesquisa, faz questão de ressaltar, vai além das motivações pessoais: "Pesquiso saúde de trabalho há dez anos."
Uma das diretoras da associação de vítimas do acidente, Rita ficou indignada com o relatório oficial sobre o acidente, que atribuiu a queda do avião a erros do piloto.
"O sistema sempre prefere culpar uma pessoa, em vez de reconhecer suas falhas", afirma. O controle da Aeronáutica, com sua estrutura militarizada, sobre a aviação, é o grande problema apontado pela pesquisadora.
"A Aeronáutica é uma caixa-preta", afirma. "A sociedade não sabe os riscos que ocorrem no tráfego aéreo, e os próprios funcionários, por causa da burocracia, têm dificuldade de solucionar os problemas."
O controlador de vôo Sueyoshi Sasaki, de 41 anos, também reclama da burocracia. Ele descreve o trajeto de uma reclamação:
"A queixa de um controlador tem de ser levada ao chefe da equipe, que passa ao adjunto do órgão, que apresenta ao chefe do órgão, que repassa ao chefe do destacamento, para só aí chegar ao comando.
Isso, se não se perder no caminho." Procurado pela reportagem, o superintendente do Serviço Regional de Proteção ao Vôo, coronel Ricardo Nogueira, não se manifestou.
A vida Sasaki é um exemplo dos problemas enfrentados pelos controladores de vôo. Ele começou a trabalhar em 1986, monitorando os vôos em Congonhas.
Após nove anos de estresse, ficou hipertenso e teve uma trombose cerebral. Afastado dos radares, passou a gerenciar os horários de vôos.
"Tive de custear meu próprio tratamento", conta. Embora a Aeronáutica exija dos controladores uma bateria de exames médicos anuais, ela não se responsabiliza por nenhuma das doenças detectadas em controladores civis.
Os militares, que contam com o atendimento médico da Aeronáutica, também são vítimas dos mesmos problemas.
"Além de problemas de estômago, o trabalho me trouxe desequilíbrio emocional e dificuldades de relacionamento", confessa o suboficial Mário Celso Rodrigues.
O salário médio de um controlador é de R$ 1.400, contra os US$ 7 mil dos controladores americanos. "Ser controlador de vôo no Brasil é coisa de super-herói", resume Sasaki.

Agência Estado (em 13 de dezembro de 2000).

Uma Escola diferente

Educador português conta como é a Escola da Ponte, em que não há turmas, e diz que quem quer inovar deve ter mais interrogações que certezas.

Especialista em Música e em Leitura e Escrita, José Pacheco, de 52 anos, coordena desde 1976 a Escola da Ponte, instituição pública que se notabilizou pelo projeto educativo inovador, baseado na autonomia dos estudantes. O educador português, que se diz "um louco com noções de prática", é mestre em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.



José Pacheco não é o primeiro — e nem será o último — a desejar uma escola que fuja do modelo tradicional. Ao contrário de muitos, no entanto, o educador português pode se orgulhar por ter transformado seu sonho em realidade. Há 28 anos ele coordena a Escola da Ponte. Apesar de fazer parte da rede pública portuguesa, a escola de ensino básico, localizada a 30 quilômetros da cidade do Porto, em nada se parece com as demais.

A Ponte não segue um sistema baseado em seriação ou ciclos e seus professores não são responsáveis por uma disciplina ou por uma turma específicas. As crianças e os adolescentes que lá estudam — muitos deles violentos, transferidos de outras instituições — definem quais são suas áreas de interesse e desenvolvem projetos de pesquisa, tanto em grupo como individuais.
A cada ano, as crianças e os jovens criam as regras de convivência que serão seguidas inclusive por educadores e familiares. É fácil prever que problemas de adaptação acontecem. Há professores que vão embora e alunos que estranham tanta liberdade. Nada, no entanto, que faça a equipe desanimar.
O sistema tem se mostrado viável por pelo menos dois motivos: primeiro, porque os educadores estão abertos a mudanças; segundo, porque as famílias dos alunos apóiam e defendem a escola idealizada por Pacheco.
Quando jovem, esse educador de fala mansa não pensava em lecionar. Queria ser engenheiro eletrônico. Mas uma questão o inquietava: por que a escola ainda reproduzia um modelo criado há 200 anos? Na busca por uma resposta, se apaixonou pelo magistério. "Percebi que na engenharia teria menos a descobrir, enquanto na educação ainda estava tudo por fazer." Desse "tudo" de que tem se incumbido o professor Zé, como gosta de ser chamado, é que trata a entrevista a seguir, concedida à ESCOLA em São Paulo.
A Escola da Ponte é bem diferente das tradicionais. Como ela funciona?
Lá não há séries, ciclos, turmas, anos, manuais, testes e aulas. Os alunos se agrupam de acordo com os interesses comuns para desenvolver projetos de pesquisa. Há também os estudos individuais, depois compartilhados com os colegas. Os estudantes podem recorrer a qualquer professor para solicitar suas respostas. Se eles não conseguem responder, os encaminham a um especialista.
Existem salas de aula?
Não há salas de aula, e sim lugares onde cada aluno procura pessoas, ferramentas e soluções, testa seus conhecimentos e convive com os outros. São os espaços educativos. Hoje, eles estão designados por área. Na humanística, por exemplo, estuda-se História e Geografia; no pavilhão das ciências fica o material sobre Matemática; e o central abriga a Educação Artística e a Tecnológica.
A arquitetura mudou para acompanhar o sistema de ensino?
Não. Aliás, isso é um problema. Nosso sonho é um prédio com outro conceito de espaço. Temos uma maquete feita por 12 arquitetos, ex-alunos que conhecem bem a proposta da escola. Esse projeto inclui uma área que chamo de centro da descoberta, onde compartilharemos o que sabemos. Há também pequenos nichos hexagonais, destinados aos pequenos grupos e às tarefas individuais. Estão previstas ainda amplas avenidas e alguns cursos d’água, onde se possa mergulhar os pés para conversar, além de um lugar para cochilar. As novas tecnologias da informação devem estar espalhadas por todos os lados para ser democraticamente utilizadas pela comunidade, o que já conseguimos.
Os professores precisam de formação específica para lecionar lá?
Não. Eles têm a mesma formação que os de outras instituições. O diferencial é que sentem uma inquietação quanto à educação e admitem existir outras lógicas. Nossa escola é a única no país que pode escolher o corpo docente. Os candidatos aparecem geralmente como visitantes e perguntam o que é preciso para dar aulas lá. Digo apenas para deixarem o nome. No fim de cada ano fazemos contato. Hoje somos 27, cada um com suas especializações.
Como os novos professores se adaptam à proposta da escola?
Há profissionais que estiveram sozinhos em sala durante anos e quando chegam constatam que sua formação e experiência servem para nada. De cada dez que entram, um não agüenta. Outros desertam e regressam depois. Mas nós também, por vezes, temos que nos adaptar. Há dois anos recebemos muitas crianças e professores novos, não familiarizados com a nossa proposta. Apenas a quinta parte do corpo docente já estava lá quando isso aconteceu. Passamos a conviver com mestres que sabiam dar aula e estudantes que sabiam fazer cópias. Foi necessário dar dois ou três passos para trás para que depois caminhássemos todos juntos. Precisamos aceitar o que os outros trazem e esperar que eles acreditem em nossas idéias. Essa é a terceira vez que passamos por isso.
Qual o perfil dos alunos atendidos pela Escola da Ponte?
Eles têm entre 5 e 17 anos. Cerca de 50 (um quarto do total) chegaram extremamente violentos, com diagnósticos psiquiátricos e psicológicos. As instituições de inserção social que acolhem crianças e jovens órfãos os encaminham para as escolas públicas. Normalmente eles acabam isolados no fundo da classe e, posteriormente, são encaminhados para nós. No primeiro dia, chegam dando pontapés, gritando, insultando, atirando pedras. Algum tempo depois desistem de ser maus, como dizem, e admitem uma das duas hipóteses: ser bom ou ser bom.
Como os estudantes vindos de outras escolas se integram a um sistema tão diferente?
Não é fácil. Há crianças e jovens que chegam e não sabem o que é trabalhar em grupo. Não conhecem a liberdade, e sim, a permissividade. Não sabem o que é solidariedade, somente a competitividade. São ótimos, mas ainda não têm a cultura que cultivamos. Quando deparam com a possibilidade de definir as regras de convivência que serão seguidas por todos ou não decidem nada ou o fazem de forma pouco ponderada. Em tempos de crise, como agora, em que muitos estão nessa situação, precisamos ser mais diretivos. Só para citar um exemplo, recebemos um garoto de 15 anos que tinha agredido seu professor e o deixado em estado de coma. Como um jovem assim pode, de imediato, participar da elaboração de um sistema de direitos e deveres?
A escola nem sempre seguiu uma proposta inovadora. Como ocorreu a transformação?
Até 1976, a escola era igual a qualquer outra de 1ª a 4ª série. Cada professor ficava em sua sala, isolado com sua turma e seus métodos. Não havia comunicação ou projeto comum. O trabalho escolar era baseado na repetição de lições, na passividade. Naquele ano, havia três educadores e 90 estudantes. Em vez de cada docente adotar uma turma de 30, juntamos todos. Nosso objetivo era promover a autonomia e a solidariedade. Antes disso, porém, chamamos os pais, explicamos o nosso projeto e perguntamos o que pensavam sobre o assunto. Eles nos apoiaram e defendem o modelo até hoje.
Qual é a relação dos pais com a escola?
Eles participam conosco de todas as decisões. Se nos rejeitarem, teremos de procurar emprego em outro lugar. Também defendem a escola perante o governo. Neste momento, os pais estão em conflito com o Ministério da Educação. Ao longo desses quase 30 anos, quiseram acabar com nosso projeto. Eu, como funcionário público, sigo um regime disciplinar que me impede de tomar posições que transgridam a lei, mas o ministro não tem poder hierárquico sobre as famílias. Portanto, se o governo discordar de tudo aquilo que fazemos, defronta-se com este obstáculo: os pais. Eles são a garantia de que o projeto vai continuar.
Como sua escola é vista em Portugal?
Há uma grande resistência em aceitar o nosso modelo, que é baseado em três grandes valores: a liberdade, a responsabilidade e a solidariedade. Algumas pessoas consideram que todos precisam ser iguais e que ninguém tem direito a pensamento e ação divergentes. Há quem rejeite a proposta por preconceito, mas isso nós compreedemos porque também temos os nossos. A diferença é que nós nunca colocamos em cheque o trabalho dos outros. Consideramos que quem nos ataca faz isso porque não foi nosso aluno e não aprendeu a respeitar o ponto de vista alheio.
Qual é o segredo de sucesso da proposta seguida pela Ponte?
Nós acreditamos que um projeto como o nosso só é viável quando todos reconhecem os objetivos comuns e se conhecem. Isso não significa apenas saber o nome, e sim ter intimidade, como em uma família. É nesse ponto que o projeto se distingue. O viver em uma escola é um sentimento de cumplicidade, de amor fraterno. Todos que nos visitam dizem que ficam impressionados com o olhar das pessoas que ali estão, com o afeto e a palavra terna que trocam entre si. Não sei se estou falando de educação ou da minha escola, mas é isso o que acontece lá.
O modelo da Escola da Ponte pode ser seguido por outras escolas?
Não defendo modelos. A Escola da Ponte fez o que as outras devem e podem fazer, que é produzir sínteses e não se engajar em um único padrão. Não inventamos nada. Estamos em um ponto de redundância teórica. Há muitas correntes e quem quer fazer diferente tem de ter mais interrogações do que certezas. Considero que na educação tudo já está inventado. A Escola da Ponte não é duplicável e não há, felizmente, clonagem de projetos educacionais.
Hoje a escola pode funcionar sem o senhor?
Fui e continuo sendo um intermediário. Não tenho mérito por isso, apenas cumpro a minha missão. Vou me afastar dentro de um ano e estou amargamente antecipando essa despedida. Todo pai tem de deixar o filho andar por si próprio e, nesse momento, a Ponte caminha sozinha. Depois quero continuar desassossegando os espíritos em lugares onde há gente generosa, que só precisa de um louco com a noção da prática, como eu. Agora ninguém pode dizer que uma experiência como a da Escola da Ponte não aconteceu, porque ela existe e provamos que é possível.

Fonte: site Escola

28.10.06

São Judas Tadeu


São Judas Tadeu - Comemoração: 28 de outubro

Primo de Jesus, foi um dos doze apóstolos, chamado de Tadeu (João 14,22). Irmão de Tiago Menor, pode ter sido pescador no princípio de sua vida. Escreveu a Epístola de Judas no Novo Testamento, cerca de 90 da nossa era, e, pelos termos como a redigiu, parece dirigir-se a todos os fiéis; na realidade, deveria ser endereçada aos judeus-cristãos da Palestina. Ele pregou o Evangelho na Armênia, Mesopotâmia, Arábia, Síria e Pérsia. Foi martirizado na Pérsia, com setas ou azagaias. Alguns textos informam que teria sido martirizado na cruz, juntamente com São Simão. Venerado na Idade Média, seu nome era freqüentemente confundido com o de Judas Iscariotes, o traidor de Jesus. Por isso, ninguém o invocava para nada. Quem o fazia (e geralmente em último caso, numa situação desesperadora) obtinha a graça. Suas relíquias foram levadas para Roma no século VII, ou VIII, e estão na Basílica de São Pedro, em Roma, juntamente com as de São Simão. No Evangelho de São João aparece uma passagem de São Judas com Jesus. Como discípulo do mestre na Última Ceia, ele perguntou a Jesus: "Senhor, por que te manifestarás a nós e não ao mundo?". Jesus respondeu-lhe que isto devia-se a que suas palavras necessitariam ser guardadas como prova de amor. Atualmente São Judas Tadeu é invocado para socorrer as pessoas nos mais desesperados dilemas. É considerado o "advogado das causas impossíveis" e dos supremos momentos de angústia. No Brasil, a devoção ao santo começou no inicio do séc. XX.
Comemoração: 28 de outubro
Padroados: Aflitos, advogados e desesperados
Protege: Angustiados, desanimados, desempregados, os que acham que sua causa está perdida e os que têm esperança
Emblema: Remo, âncora, seta ou azagaia

24.10.06

COMO CONTESTAR ESTATÍSTICAS

As informações que serão apresentadas aqui são provenientes do livro "Como Mentir com Estatística", de Darrell Huff, com pequenos acréscimos (geralmente exemplos).

O objetivo é desmistificar muitas das idéias pré-concebidas sobre estatísticas, evitando que o "fascínio" por números e percentagens (ou a ignorância sobre como eles foram produzidos) turvem o senso crítico das pessoas.
Nem todas as estatísticas veiculadas ao público (principalmente pela mídia) estão erradas ou merecem ser consideradas com suspeição, mas muitas vezes as informações são apresentadas de forma tão incompleta que se torna difícil acreditar nelas.
Para verificar a validade de uma estatística, seja ela veiculada em um jornal de grande circulação, na TV, ou em uma revista especializada, você deve fazer cinco perguntas:
Quem é que diz isso?
Procure sempre saber quem está divulgando a estatística: pode ser uma empresa no meio de uma negociação de salários, ou um sindicato na mesma situação, ou um laboratório "independente" que precisa mostrar resultados, ou simplesmente um jornal atrás de uma boa matéria.
Uma empresa americana declarou que os salários no segundo semestre de um ano estavam muito acima daqueles pagos no início do ano, portanto não era hora do sindicato pedir um aumento. O que a empresa "esqueceu" de dizer é que no início do ano havia uma grande quantidade de trabalhadores de meio-período, e que estes passaram a cumprir turno integral a partir do segundo trimestre do ano, sendo assim seus salários teriam que forçosamente subir, mas isso não implica que os salários tenham "melhorado realmente".
Procure os viesamentos, deliberados ou inconscientes, aplicados aos resultados. Quando ouvir "pesquisa feita por médicos americanos revela..." tome cuidado: que médicos são estes? Cuidado com as declarações do tipo "Universidade de Harvard descobriu que...". Verifique se realmente há pessoas qualificadas da "instituição de prestígio" em questão divulgando as descobertas.
Em 1994 foi divulgado um relatório otimista sobre o número de árvores nos Estados Unidos: os peritos chegaram à conclusão que havia muito mais árvores em 1994 do que houvera em 1894 (cem anos antes). Fonte do levantamento: o equivalente a uma associação de madeireiras... Onde está o viés? Está na definição de "árvore": os peritos consideraram "árvore" tanto uma sequóia centenária de 100 metros de altura quanto uma muda de Pinus plantada há pouco...
Como é que ele sabe?

Como aqueles que estão divulgando a estatística obtiveram a informação? Se a estatística foi obtida através de uma amostra procure indícios de viesamento: uma amostra selecionada indevidamente, ou que não seja grande o bastante para permitir uma conclusão confiável.
Um caso típico de amostra selecionada indevidamente são as estatísticas resultantes de pesquisas feitas pelo correio: o pesquisador envia pelo correio questionários aos entrevistados, solicitando que eles os preencham e devolvam. Faça a si mesmo esta pergunta: "quantos questionários eu já recebi pelo correio e quantos eu já respondi"? Neste tipo de procedimento de pesquisa o percentual de pessoas ou organizações que efetivamente respondem aos questionários costuma ser muito reduzido, de modo que esses resultados não podem ser considerados representativos.
Quanto às pequenas amostras é necessário maior cautela ainda. Utilizando uma pequena amostra o resultado obtido pode ter ocorrido totalmente POR ACASO! O pesquisador pode ter tomado todos os cuidados, selecionado os elementos da amostra com critério e portar-se com a maior honestidade imaginável, mas a chance de um resultado "por acaso" é muito alta. Quando a amostra é suficientemente grande este risco persiste, mas a probabilidade de sua ocorrência reduz-se drasticamente. Se alguém diz a você que após tratar dez ratos diabéticos com certa erva medicinal,a sua taxa de glicose baixou 2,4%, e que com isso foi provadoestatisticamente que a erva auxilia no tratamento do diabetes, o que você fará? Observe o tamanho da amostra (apenas dez ratos) e a redução obtida (que nesta amostra poderia ter ocorrido totalmente por acaso).
Um dos casos mais intrigantes para nós brasileiros é o resultado de uma pesquisa eleitoral. É plenamente possível obter resultados confiáveis utilizando metodologias de amostragem e tratamento de dados adequadas. Mas não se esqueça que há uma variação em torno dos percentuais (mais ou menos 5%), e que há uma pequena probabilidade (geralmente da ordem de 5%) de que o valor "verdadeiro" do percentual não esteja naquele intervalo.
O que é que está faltando?
Alguma coisa sobre isso já foi discutido nos itens anteriores. Muitas vezes o tamanho da amostra utilizada, ou o perfil dos seus elementos sequer é divulgado. Há casos em que os número brutos são suprimidos e apenas os percentuais são apresentados, em outros casos é justamente o contrário. As condições que podem ter levado aos resultados também costumam ser suprimidas.
Se alguém diz que 33,33% (percentual) das mulheres de um curso casaram-se com professores você poderia ter uma má impressão destas moças. Mas se alguém diz que das três mulheres (dados brutos) deste curso uma delas casou-se com um professor o efeito já não será tão grande.
Um jornal afirma que a safra de um ano é quatro vezes maior do que a do ano anterior, o que evidencia a produtividade e o trabalho do homem do campo! Nada contra o homem do campo (que trabalha muito e ganha pouco), mas o jornal pode ter se esquecido de dizer que no ano anterior houve uma enchente que dizimou cerca de 80% da safra prevista, o que torna o ano totalmente inadequado para servir como base para o cálculo.
"Podemos mensurar o aumento da violência pela comparação entre o número de estupros de hoje e o de vinte anos atrás". Qualquer um sabe que a violência está aumentando, mas talvez o número de estupros fosse maior há vinte anos, quando as mulheres sentiam-se muito mais constrangidas em denunciar seus agressores e preferissem o silêncio. Com o passar do tempo, e com a conscientização o número de denúncias aumentou, não necessariamente indicando que a violência aumentou por causa disso... Cuidado com as correlações: identificar que duas variáveis caminham na mesma direção ou em direções opostas NÃO SIGNIFICA NECESSARIAMENTE que a variação de uma causou a da outra (podem haver outras variáveis influenciando ambas).
Alguém mudou de assunto?
Se alguém constata que o número de casos comunicados de uma doença aumentou e diz que o número de casos ocorridos da doença aumentou (veja o que uma única palavra pode causar) está mudando de assunto. Algumas pessoas mais impressionáveis poderiam pensar que há uma epidemia, ao invés de uma maior precisão nos diagnósticos que agora classificam como câncer de mama o que antes era "mal de peito".
Uma pesquisa eleitoral, por mais bem conduzida que seja, não indica em quem as pessoas realmente vão votar, mas em quem elas dizem que vão votar naquele momento (alguém que se diz indeciso pode já ter o seu candidato escolhido desde o berço, outro que afirma votar na situação assim procede por ser funcionário público, etc). Assim, se você faz uma pesquisa entre advogados e descobre que eles se acham mal remunerados por seus serviços, e você divulga que os profissionais liberais (incluindo nesta categoria várias outras profissões) se acham mal remunerados você está mudando de assunto.
"A 'população' de uma grande área da China era de 28 milhões. Cinco anos depois chegava a 105 milhões. Muito pouco desse aumento era real. A grande diferença só pôde ser explicada levando-se em conta as finalidades das duas coletas censitárias e a maneira como as pessoas se sentiram ao serem contadas em cada caso. O primeiro censo foi para fins de tributação e serviço militar; o segundo para ajuda em caso de fome".
Isso faz sentido?
Será que o resultado divulgado de uma estatística faz sentido? Será que analisando os resultados sem se deixar impressionar pelas casas decimais e percentuais os resultados são "lógicos"? Avaliar com bom senso se a estatística se coaduna com os fatos ao seu redor pode nos proteger de cair em muitas falácias.
Logo após a primeira crise do petróleo, em 1973, calculava-se que em 1985 o preço do barril estaria por volta de US$ 80. Sendo assim, muitas formas de energia alternativa foram desenvolvidas tendo em mente aquele valor, acreditando que aquela tendência de crescimento seria mantida, o que não aconteceu: o preço do barril despencou em 1986 e as formas "alternativas" tornaram-se economicamente inviáveis (o que não quer dizer que também o sejam por outros critérios).
Usar tendências antigas, observadas em épocas em que o mundo era muito diferente do que é hoje é extremamente perigoso. Você acha que o Brasil de 1980 é o mesmo Brasil de 1997? A definição de "família padrão" em 1960 continua válida hoje? Extrapolar tais tendências e acreditar que tais conclusões são válidas é, no mínimo, ingênuo.
Estatísticas do tipo para cada dez brasileiros dois têm diabetes: isso significa para uma população de 150 milhões de habitantes 30 milhões de diabéticos! Se for verdade possivelmente não haverá insulina suficiente no país inteiro para tratar tanta gente...

23.10.06

Desenvolvimento Sustentável

Lançamento do Guia de Compras Públicas Sustentáveis - uso do Poder de Compra do Governo para a Promoção do Desenvolvimento Sustentável.

27/10/2006Auditório da EAESP-FGV – Av. 9 de Julho, 2029, São Paulo – SP. Estacionamento recomendado: ICO - R. Dr. Plínio Barreto, 285 (ao lado da FECOMÉRCIO)
Uma parceria entre o Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV-EAESP (GVces) e o ICLEI – LACS, o Guia de Compras Públicas Sustentáveis é um instrumento que busca apoiar e estimular as autoridades públicas no Brasil, por meio dos agentes atuantes nas operações de licitação, para que promovam decisões responsáveis em respeito aos direitos socioambientais.

Ao disponibilizar dados e informações que emprestam um novo sentido às compras governamentais, o sistema de licitação se transforma em uma ferramenta importante e eficiente de promoção do desenvolvimento sustentável na esfera pública, com repercussão direta na iniciativa privada. Ao capacitar gestores públicos, fomentar a adoção de políticas públicas e estimular o debate a respeito da sustentabilidade do sistema produtivo e dos hábitos de consumo de entidades públicas e privadas, bem como de cidadãos, chegaremos ao objetivo da elaboração deste manual.

Fonte: FGV/GVces- Centro de Estudos em Sustentabilidade da EAESP

A última esperança

A última esperança

A última esperança de vitória dos que cercam Alckmin mais de perto é de que se cumpra o vaticínio de Maurício, um sensitivo que mora em São Paulo, mas que é amigo em Brasília da empresária do ramo imobiliário Vera Brandt, ex-confidente de Juscelino Kubitschek, namorada fugaz de Darcy Ribeiro, amiga de Tancredo Neves, Ulysses Guimarães e de outras cabeças coroadas da resistência à ditadura militar de 64.

Antes do primeiro turno, Maurício garantiu a Vera e a quem mais se dispôs a ouvi-lo que Lula não se reelegerá. Renovou a garantia há mais ou menos 10 dias na presença de alguns coordenadores da campanha de Alckmin e do senador José Jorge (PFL-PE), candidato a vice.

Ricardo Noblat

Centenário do vôo do 14 Bis


SANTOS-DUMONT - UM BRASILEIRO

Como a maior parte do povo do Brasil, Alberto Santos-Dumont (1873-1932) era descendente de imigrantes. Um brasileiro típico.
Era neto de franceses, por parte de pai, e bisneto de portugueses, por parte de mãe.
Sempre evidenciou o seu orgulho de ser brasileiro. Considerava serem mérito do Brasil as suas conquistas ímpares para a humanidade.

A primazia do Vôo autônomo

A principal conquista de Santos-Dumont foi ser o primeiro homem no mundo a voar em aparelho mais pesado que o ar utilizando unicamente os recursos do próprio aparelho, sem auxílios externos.
Foi o primeiro a construir e pilotar avião que, usando apenas os meios de bordo, cumpriu todos os requisitos básicos de vôo: táxi, decolagem,vôo nivelado e pouso.
Além disso, foi o primeiro que isso demonstrou em público. Seu vôo pioneiro contou com o testemunho de multidão, a filmagem por companhia cinematográfica e o reconhecimento e a homologação do órgão oficial de aviação da época, L’Aéro-Club de France.
O vôo histórico aconteceu há cem anos, em 23 de outubro de 1906, com o 14-bis, em Bagatelle, Paris, França.

14-bis

DIMENSÕES E DETALHES

Por que esse nome estranho? Essa denominação adveio do fato de Santos-Dumont, na 1ª fase do desenvolvimento, ensaiar o novo aparelho acoplando-o ao seu balão-dirigível nº 14.
Como era o 14-bis? Seguem alguns dados técnicos sobre o histórico aparelho .

Envergadura:12 m; comprimento: 10 m; altura: 4,80 m; superfície das asas: 80 m²; corda (largura) das asas: 2,5 m; separação entre os dois planos das asas: 1,5 m; conjunto estabilizador/profundor/leme de direção (simplificadamente, “lemes”): 3 m de largura, 2 m de comprimento e 1,5 m de altura; articulação dos “lemes” a 8 m da nacele; distância lateral entre as rodas: 0,70 m; hélice de 2 pás, com 2,5 m de diâmetro; peso total do avião: 160 kg, não considerando o peso de Santos-Dumont (50 kg).
As asas eram formadas por seis “células de Hargrave”. Cada célula tinha a forma de cubo com duas faces vazadas. Os “lemes” compunham uma “célula de Hargrave”.
Todas as superfícies do 14-bis eram de seda japonesa; as armações, de bambu e pinho; as junções da estrutura e as hélices, de alumínio; e os cabos-de-comando, de aço.
Mais adiante, em “Vôos do 14-bis”, estão registrados detalhes sobre o motor.

“O 14-bis VOAVA DE COSTAS?”

Não. A forma do 14-bis, a qual veio a ser batizada em aviação como “canard” (pato, em francês), dá essa impressão, por apresentar os lemes na parte dianteira do avião. Ela, ressalta-se, foi bem escolhida por Santos-Dumont para vencer o desafio de alçar vôo.
Como a intenção principal de Santos-Dumont era o 14-bis conseguir sustentar-se no ar, o ideal era obter o máximo de sustentação positiva (para cima), tanto na asa como no conjunto estabilizador/profundor (“leme horizontal”). A configuração “canard” propicia isso na decolagem. (OBS: “sustentação” significa a resultante das forças aerodinâmicas sobre uma superfície).
Se Santos-Dumont optasse por colocar o conjunto na traseira da fuselagem (como hoje é usual), haveria a necessidade de o leme horizontal ter sustentação negativa (para baixo) para fazer o avião “cabrar” (levantar o nariz) na decolagem. Desse modo, a soma das sustentações, a da asa e a do leme, seria menor do que a resultante obtida quando as duas referidas sustentações apontam para cima, como era o caso na decolagem do 14-bis.
Assim, foi inteligentemente definida por Santos-Dumont a forma do 14-bis para aquele desafio de voar.
Contudo, a configuração “canard” não é a melhor para a estabilidade e o controle de um aeroplano, sendo por isso menos usada posteriormente. Nos seus inventos seguintes, como os aviões nº 15 e Demoiselle, Santos-Dumont não mais usou aquela configuração.

VÔOS do 14-bis

O Prêmio Archdeacon, estabelecido em julho de 1906, estimulou os inventores do mundo para a realização do primeiro vôo autônomo de mais de 25 m com aparelho mais pesado que o ar.
Santos-Dumont, que até então se destacara com os “mais leves que o ar” (balões livres e balões-dirigíveis), resolveu competir.
Em 18/07/1906, concluiu o 14-bis, cuja concepção e desenvolvimento estava sendo por ele maturada sem publicidade há algum tempo. Em 23 de julho, ensaiou em público, em Bois de Boulogne, Paris, o novo avião preso ao balão-dirigível nº 14. A partir de 21 de agosto, passou a experimentá-lo separado do dirigível.
O 14-bis estava, inicialmente, equipado com um motor de apenas 24 Hp, a gasolina, tipo Antoinette, com 8 cilindros (4x4, em “V”), construído por León Levavasseur. Santos-Dumont percebeu estar o avião submotorizado.

1907- ÚLTIMO VÔO DO 14-bis

Após os históricos vôos de 23 de outubro e de 12 de novembro de 1906, Santos-Dumont ainda realizou outros pequenos vôos com o 14-bis. Cinco meses depois, encerrou os ensaios com o famoso aparelho. Em 4 de abril de 1907, no campo da Escola Militar, em Saint Cyr, Paris, depois de vôo da ordem de 30 m, pousou bruscamente, tocando com a asa esquerda no solo e danificando definitivamente o famoso avião. Uma semana antes, 27 de março, Santos-Dumont já havia sofrido no mesmo local outro sério acidente com o seu novo projeto de biplano, o nº 15, equipado com motor de 100 HP, asas de madeira compensada e leme de direção na cauda, configuração não mais “canard”. Esse novo avião não voou. Foi destruído em uma tentativa de decolagem.

Santos-Dumont foi um gênio em múltiplas atividades. É impressionante Santos-Dumont ter sido, ao mesmo tempo, o genial inventor, o inteligente construtor dos próprios inventos -, surpreendentemente simples, eficientes e leves - o corajoso piloto de provas de seus artefatos futuristas inusitados e o competidor vencedor. Competiu em corridas de carros, de triciclos, em provas de balões livres, em desafios de dirigibilidade de balões e de vôo do mais pesado que o ar.
Santos-Dumont, na persistente busca da realização do seu objetivo maior, voar, tornou-se homem culto. Com boa base de conhecimentos gerais adquirida na infância e na adolescência, dedicou-se aos estudos de física, eletricidade, química, mecânica. Dominava os idiomas francês, inglês, espanhol, além do português. Em 1931, pelo valor da sua obra literária sobre seus inventos e experiências, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras (na vaga de Graça Aranha; cadeira nº 38), não tomando posse do cargo.
Em cerca de doze anos de atividades intensas (1898 a 1909), Santos-Dumont produziu um invento importante a cada seis meses, em média. Sua rapidez de concepção e de produção de inovações tecnológicas foi extraordinária e ainda seria impressionante nos dias atuais.
Naquele período, concebeu, projetou, construiu (com recursos próprios), testou (com reais e constantes riscos de morte) dois balões, doze dirigíveis e três tipos de aviões, entre outros inventos e pesquisas, como a do helicóptero e a do deslizador aquático.
Em cada um dos projetos, incorporou muitas de suas dezenas de invenções, como mecanismos de controle de vôo, equipamento auxiliar de partida do motor, e muitos outros. Pela primeira vez em aviação, utilizou o motor a petróleo e materiais como o alumínio e cordas de piano (em lugar de cordas de fibra vegetal, então usadas). Concebeu e construiu, em 1899, o primeiro hangar do mundo. Esse hangar trazia a inovação de um simples e preciso sistema deslizante de movimentação de suas grandes e pesadas portas, mais de 4 toneladas cada uma. Uma criança as abria com facilidade.
Para alcançar maiores potência e leveza em seus inventos, projetou, desenvolveu e construiu motores inovadores, como o de dois cilindros superpostos em apenas uma biela e um cárter, que utilizou no balão-dirigível nº1, e o de cilindros horizontais e opostos, configuração hoje comumente utilizada, que empregou no “Demoiselle”.
Para construir esse motor do Demoiselle, Santos-Dumont usou instalações e maquinários da fábrica francesa Darracq. Essa empresa quis usufruir da patente. Santos-Dumont, pela primeira e única vez, entrou na Justiça reivindicando os seus direitos de autoria. Ganhou a causa e também colocou aquela sua invenção para o domínio público.
Santos-Dumont presenteou para todos, sem nada cobrar, todas as suas dezenas de invenções. Esse altruísmo era apenas uma das muitas e belas facetas do seu caráter exemplar. Com princípios puros, dedicou sua obra à Humanidade. Santos-Dumont é herói brasileiro irrepreensível nos campos ético e moral.

Por tudo isso, sacrificou a sua vida. Tardiamente, pensou nele mesmo. Segundo relato de Gabriel Voisin na revista francesa “Pioniers” (jan/1967), Santos-Dumont, aos 50 anos, apaixonou-se pela filha daquele seu grande amigo, acanhadamente pedindo-a em casamento em 1926. A diferença de idade (a moça tinha 17 anos) inviabilizou a união.
Desde os 40 anos de vida, envelhecido prematuramente, pouco a pouco ficou mais evidente que Santos-Dumont padecia de doença não muito conhecida na época. Hoje, com o avanço da medicina, provavelmente ela seria diagnosticada como depressão, tratável com medicamentos. Cada vez mais recluso, com tristeza, angústia, remorso, sentia-se culpado da guerra aérea, dos acidentes aeronáuticos. Na maioria dos casos, a depressão resulta da interação entre uma predisposição genética e fatores ambientais, como traumas emocionais e o estresse, os quais, por certo, estiveram fortemente presentes na sua obcecada, tensa, destemida e acidentada vida. É comum o suicídio em sofredores dessa doença, quando não medicados. Santos-Dumont assim morreu em 23 de julho de 1932, aos 59 anos.

Fonte: Página Oficial da Comissão Interministerial para as Comemorações do Centenário do Vôo do 14 Bis 1906-2006.